I let it come
let it approach lightly
foot to toe to my ear
while in its cage my heart
shudders
hurries in its burning blood
first the forest
and now the wood
more mist than snow in the hand
from its beginning paper absorbs
the swelling poem verse by
each unsheltered verse
I touch it fumbling and there
crouching
wise
is the
hungry shrinking wolf
seeming mild he grows gluttonous
a tight nut at the core of light
now a flash
of noise
and he's fast on the path
hits on the shortcut
bolts with
the pack or slopes off alone
at the dead of night he shifts and
fetches
I get moonlight
in an ermine
dress
I feel when he's here as a shiver
that falls on my skin
a hidden dizziness
in my secret pulse
as I write
enclosed in my dream
I unclothe
him slowly and slip him down with me.
The above is a translation from the Portuguese of a poem by Maria Teresa Horta.
Poema
Deixo que venha
se aproxime ao de leve
pé ante pé
até ao meu ouvido
Enquanto no peito o coração
estremece
e se apressa
no sangue enfebrecido
Primeiro a floresta e em seguida
o bosque
mais bruma
do que neve no tecido
Do poema que cresce e o papel absorve
verso a verso primeiro
em cada
desabrigo
Toca então a torpeza e agacha-se
sagaz
um lobo
faminto e recolhido
Ele trepa de manso e logo tão voraz
que da luz é a noz
e depois o
ruído
Toma ágil o caminho
e em seguida o atalho
corre em
alcateia ou fugindo sozinho
Na calada da noite desloca-se e traz
consigo o luar
com vestido
de arminho
Sinto-o quando chega no arrepio
da pele, na vertigem seladaigo
do pulso
recolhido
À medida que escrevo
e o entorno no sonho
o dispo sem
pressa e o deito comigo
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